Um dos temas mais polêmicos acerca do nosso casamento são as alianças. Isso porque, como fiz questão de contar lá no comecinho do blog, eu odeio jóias e não faço a mínima questão de usá-las em nenhum momento da minha vida. Adicione a isso o pânico que o noivo tem por anéis (ele acha que vai ficar preso no dedo, que não vai sair nunca mais, que o dedo vai cair ou qualquer delírio desse tipo) e a decisão mais sensata para nós é não usar alianças de casados. Concorda?
Muita gente discorda. Acha que fobia de aliança é igual a fobia de compromisso, ou que um casal que não usa aliança é menos casado do que aquele que usa.
E eu entendo isso. De verdade. A troca de alianças na cerimônia de casamento e seu uso para o resto da vida (ou até quando dure a relação) estão entre as práticas mais antigas do rito e da norma social. É normal que pessoas mais conservadoras não compreendam que um casal escolha não usar alianças: imagino que, na cabeça delas, seria como um graduado escolher não retirar seu diploma, por exemplo. O que garante que um casamento seja reconhecido por uma comunidade é a performance do rito com todas as suas tradições mais importantes. Claro, você pode tocar o f0d@-se na comunidade e dizer que o que importa é que você e seu parceiro se considerem casados. Mas acho isso um tiquinho egoísta: pois quem somos sem o apoio de nossas famílias e amigos? Eles são fundamentais para nossa felicidade e sucesso. E o nosso casamento (e o seu, e o do vizinho, e o da sobrinha) é muito, mas muito importante para eles. Casamento é um negócio que une uma comunidade no esforço e nas esperanças para o florescimento de uma nova família. Por isso é uma celebração tão grandiosa. Porque não é só assunto dos noivos: é assunto de todos.
Pensando nisso, e confessando meu gosto pelo simbolismo da coisa (só pelo simbolismo, não pela coisa em si), está resolvido que faremos a troca das alianças na cerimônia. É bonitinho e cala fundo no coração das pessoas: representa muito na nossa cultura.
Eu já tenho um anel pra trocar, aquele que o noivo me deu de surpresa no nosso jantarzinho oficial de noivado (ele é um fofo, não? Apesar de saber que eu não curto jóias, sabia o que aquele gesto representava). E essa semana minha mãe arranjou um anel pra ele também. É simplezinho, sem glamour, como eu acho conveniente. Pra mim, tratar as alianças como objetos de ostentação é profanar um dos símbolos mais belos do casamento, da entrega, do compromisso e do amor (infinito-enquanto-dure).
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ResponderExcluirQuerida, gostei muito do seu depoimento. É sincero, e por isso mesmo, simples.
ResponderExcluirGostaria de brindar vc e seus leitores com uma curiosidade sobre as alianças de casamento.
Aí vai:
A aliança usada como símbolo de matrimônio e noivado surgiu entre os gregos e romanos, que importaram o costume hindu de usar alianças de casamento.
Agora olha que bonitinho:
A cultura romana acreditava que através do terceiro dedo da mão esquerda passava uma veia que estava diretamente ligada ao coração, sendo assim, este dedo foi escolhido para o uso das alianças de casamento ^_^
Aliás, ainda hoje, esse costume é praticado nos casamentos islâmicos.
Que as suas alianças sejam cúmplices de uma felicidade circular.